O final de Pretty Little Liars ainda está fresco em nossas mentes e muitos ainda estão chocados com a informação.
Com todos os olhares do final da série foram direcionados para Troian Bellisario, a atriz deu uma entrevista para a Elle Magazine falando sobre a maior revelação da série e como descobriu quem seria A.D.
O texto abaixo contém Spoilers.
Vamos começar do início: Como você descobriu que seria Uber A?
Eu fiquei sabendo disso no início da quinta temporada. Marlene me puxou para um canto e disse “Eu tenho uma ideia, mas não sei se o canal vai me deixar fazer isso…”, então sentamos e ela me explicou inteiro. Ela disse “você não pode contar para ninguém, talvez nem aconteça”, e eu fiquei esperando por isso mais de um ano. No final da sexta temporada ela me disse que iríamos fazer isso. Parecia o início de uma corrida.
Como foi a conversa quando Marlene lhe contou sobre essa ideia pela primeira vez?
A conversa aconteceu enquanto eu estava gravando uma cena. Entre as tomadas eu ia até Marlene e me sentava para ouvir mais sobre. Era tipo uma hora da história com Marlene! Eu queria saber de tudo, e levou duas horas para que ela me contasse tudo. Tinha tanta coisa para contar! Eu nem sabia sobre Mary Drake — a história da personagem ainda não havia sido introduzida na série, então eu não sabia que a Spencer era adotada. Ela teve que me contar muita coisa.
Então naquele ponto, parecia que ela já tinha todo esse plano formado em sua cabeça?
Sim. Originalmente a série iria durar cinco anos. Ela teria feito ir até Charlotte ser revelada como A, e então acabaria. Durante a quarta temporada, o canal entrou em contato com ela e disse que eles realmente queriam fazer a série turar sete temporadas, e foi aí que ela começou a criar esse novo universo, com uma nova vilã. Quando ela me contou, já estava pensando nisso há pelo menos um ano e já tinha feito todos os planos. Ao longo dos dois outros anos, nós construímos isso juntas.
Marlene tinha deixado dicas para dar base a essa história durante a série?
Não, acho que foi mais um acidente. Toda a história de Spencer indo para o Radley e se sentindo em casa lá, tendo uma conexão com o lugar, sentindo como se ela tivesse uma história lá talvez tenha sido somente um acidente, ou pode ser que tenha ajudado Marlene a chegar nessa ideia, mas essas partes na história de Spencer se encaixam completamente na revelação de que, na verdade, ela nasceu no Radley e que o lugar faz parte de sua história.
Como você manteve a identidade de Uber A por tanto tempo?
Foi difícil. Mas por um bom tempo as pessoas perguntavam “Quem é A.D.?” e eu dizia “Sou eu!” e todo mundo ria. É ótimo quando você tem um segredo que poucas pessoas – no caso eu, Marlene e algumas outras pessoas naquele ponto – sabem. Significa que você pode deixar as coisas mais a mostra e ninguém perceber.
Sobre a filmagem do último episódio, aumentaram a segurança no set?
Na verdade não foi necessário fazer muito porque nós filmamos a maior parte nos fundos. É possível que as tours do estúdio nos vejam filmando enquanto eles então passando pelo set, mas eu estava vestida de Spencer, e eles não conseguiriam chegar perto o suficiente para ouvir o que eu estava dizendo, então eles não ficariam sabendo de nada.
Você dirigiu seu primeiro episódio essa temporada. Essa também foi o primeiro episódio a mostrar a primeira grande pista da identidade de Uber A, numa cena que Ezra encontra “Spencer” no aeroporto. Os fãs mais sagazes chegaram a conclusão de que era impossível que Spencer tenha chegado ao aeroporto tão rápido saindo do Lost Woods, onde ela estava na cena anterior do episódio. Você quis deixar essa dica para a audiência?
Totalmente. Foi a primeira cena em que Alex foi pega numa situação que ela não forjou, em que alguém a confunde com Spencer. Em todas as outras cenas ela se preparou. Ela chega fingindo ser Spencer; todos estão esperando que ela seja Spencer. Mas quando Ezra aparece perto dela e Wren, não faz parte de seu plano. Todos sabíamos que a cena ia ser uma das maiores dicas dadas para um certo grupo dos nossos fãs. Todos concordamos que as pessoas que iriam entender, iriam entender. Eu disse para Marlene “nós não vamos conseguir segurar o segredo até o final de tudo, mas não significa que a audiência não vai se divertir”. Para algumas pessoas, a revelação da gêmea vai ser um tapa na cara, e vai ser ótimo. Para outros, vai ser bom se sentir a frente do jogo, e isso não tira a diversão do mistério, faz você se sentir parte dele.
Nas cenas ao longo da temporada em que você secretamente interpretou Alex, como você atuou enquanto personagem sem dar muitas pistas?
Enquanto estávamos construindo a evolução de o quão boa ela ficaria em interpretar Spencer, tivemos que andar sobre a fina linha de manter o segredo e deixar os fãs saberem de forma sutil. Uma das primeiras cenas que você vê Alex é quando ela aparece como Spencer e pede para Toby um último beijo, como adeus. Estávamos todos nervosos com o que ela iria vestir para parecer Spencer, o quão boa ela seria em sua imitação, o quão confortável ela estaria e o quanto a cena a deixaria fora de si, mas os fãs viram aquilo como ela estando nervosa ao se despedir de toda. Foi ótimo! Eles preencheram todos os vazios.
Os atores com que você estava contracenando como Alex sabiam quem você era?
Na verdade, uma das poucas pessoas que sabia desde cedo sobre o futuro da série, que estava no set no dia que eu e Marlene falamos sobre Alex pela primeira vez, foi Keegan, então era como se nós fossemos os guardadores do segredo. Eu não acho que as garotas ficaram sabendo até filmarmos essa parte da temporada. Tem algumas cenas que eu fiz com elas que elas não sabiam que eu estava fazendo outra personagem. Talvez elas tenham ficado tipo “Huh. Troian não está bem hoje!”, mas na hora que chegou a hora de prepararmos o fim, todo mundo era parte da história.
Quais foram as reações quando eles descobriram?
Teve uma cena no início da temporada em que Hanna acorda com o sonho de uma Spencer mais jovem falando com ela na cela que A.D. a colocou. Quando contamos para o elenco sobre Alex, Ashley disse “Espera, você estava fazendo uma outra personagem naquela cena e não me disse?” e eu respondi “Eu não podia contar!”. Ela ficou tipo “Cara, eu me sinto muito traída agora!”. [risos]
Como foi a reação quando todo mundo recebeu o roteiro para a finale?
Tivemos uma mega mesa de leitura na mesma sala que fizemos a primeira leitura do roteiro do piloto da série. Sentamos na mesma mesa e todos os escritores e produtores estavam lá, assim como vários personagens que veríamos pela primeira vez em muito tempo. Todos sentamos e lemos o roteiro, quase como uma rádio novela. Foi divertido ler todas as cenas entre Alex e Spencer, quando Alex explica tudo o que está acontecendo para sua gêmea. Foi ótimo interpretar essas duas personagem numa sala, na frente de todos, e ver como tudo aconteceria.
Você fez o sotaque inglês?
Sim. Eu nunca estive tão nervosa – meu coração batia muito rápido o tempo todo. Trocar os sotaques e as personalidades, eu nunca fiquei tão exausta. No fim de tudo, eu virei para alguém e perguntei “O que acabou de acontecer?
Como você explicaria a diferença essencial entre interpretar Spencer e Alex?
Spencer é meio que uma força que surge, é daí que vem sua confiança. Alex tem uma confiança bem diferente, ela é rebelde, extremamente confiante de uma forma sexual. [Risos] Eu pensaria nas coisas assim: Spencer chega nas coisas com uma abordagem usando cabeça e coração, e Alex tem um senso mais de cabeça e virilha. Não que ela não tenha coração ou sentimentos, mas ela se tornou muito boa em colocar uma carapaça em volta do coração.
Como foi interpretar uma gêmea Inglesa secretamente interpretando sua irmã Americana?
Primeiro eu tive que construir a história da personagem, suas idiossincrasias e seus movimentos com Marlene. Eu trabalhei um um treinador de dialetos incrível para encontrar o ritmo da personagem. Uma vez que você determina isso, se torna mais um jogo de descobrir o quão boa ela é em transformar sua personalidade na da Spencer. Mesmo que você tenha observado uma pessoa por muito tempo, sua habilidade de a imitar é baseada muito na sua percepção e julgamento da pessoa. Não é necessariamente sobre o quão boa Alex é em imitar, é também em ver como ela enxerga Spencer.
Esse é um dos únicos dramas da TV em que a revelação de uma gêmea perdida no final de tudo faz total sentido. Você aceitou e abraçou a insanidade do programa desde o início?
Não, eu totalmente lutei contra isso no começa. Bati de cabeça contra a a máquina de Pretty Little Liars por um longo tempo. Eu conversei com Norman Buckley, o diretor que provavelmente dirigiu mais episódios que qualquer outro. Ele disse “as condições são fantásticas, mas as emoções reais”. Eu penso muito em histórias que são ficção científica ou fantasia. Se seus personagens vivem num mundo com dragões e poderes mágicios, ou num mundo em que é fácil viajar pelo espaço-tempo, então seu trabalho é ser fantasioso. De início foi difícil aceitar isso porque eu via a série mais como Gossip Girl de uma certa forma. Eu pensava nas personagens como um bando de pessoas interagindo entre si no mundo real. Quando você começa a ver que A está em todo lugar e vê tudo, e que isso não é possível para que uma pessoa só faça, você entende. Então vamos dizer que essa pessoa tem uma quantia absurda de dinheiro e o melhor sistema de espionagem e segurança do mundo. Quando você aceita as circunstâncias, fica mais fácil de viver nesse mundo.
De que forma Uber A pagou por todo o equipamento de espionagem e segurança e os subornos, sem contar aquele esconderijo, falando nisso?
Bom, Wren é incrivelmente rico, e Charlotte deixou tudo para Alex. Fácil! [Risos] Desde o início da série, sempre tivemos as vilãs mais ricas e eles passaram seu legado de ter quantidades insanas de dinheiro para as novas gerações.
Estranhamente, a revelação de uma gêmea do mal faz mais sentido no mundo de Pretty Little Liars que a revelação de que Dan Humphrey era a Gossip Girl. No mundo mais realístico – mesmo que exagerado – daquela série, foi difícil acreditar que Dan ficou se aterrorizando por todos aqueles anos. Não tinha Radley, múltiplas personalidades ou gêmeo do mal para explicar seu comportamento.
Sim, é possível ficar “Nossa, uma gêmea do mal?” mas é tão raro fazer uma história completamente série em um momento e depois pirar completamente no próximo, e você está fazendo isso num universo que não é só aceito – é esperado. Como atriz, meu trabalho é dar performances o mais reais e próximas da realidade possíveis. Mas no mundo da nossa série, eu tive a oportunidade de interpretar uma gêmea britânica e maligna, então eu quis me divertir. Quando é que você ganha uma oportunidade dessas?
Como você se sente agora que o mundo finalmente sabe quem Uber A é?
Estou nervosa em ver como as pessoas vão reagir a isso. É arriscado! Mas mesmo quando você descobre sobre a gêmea de Spencer antes do tempo, você não vai saber da história por trás de tudo e da insanidade que a trouxe para Rosewood. Então eu acho que ainda existirão surpresas. Também acho que você não vai chegar no final dessas sete temporadas de reviravoltas e me ver chegando como outra pessoa com um sotaque diferente e ficar “não mesmo, não comprei a ideia”. Nós demos várias voltas e contornos inesperados, e a audiência aceitou todas as vezes. Então eu tenho muita fé de que vão gostar do final, e é isso que eu espero para os fãs. Se essas vão provavelmente ser suas últimas duas horas em Rosewood, então Deus, eu espero de verdade que você aproveite.
Fonte: EW
